Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A taxação das aplicações feitas por estrangeiros no mercado financeiro, anunciada na noite de hoje (19) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, pretende combater as especulações no mercado financeiro e evitar uma sobrevalorização do real. “Nossa preocupação é que haja um excesso de aplicações no Brasil, naturalmente especulativas e que venham a fazer uma bolha na nossa Bolsa de Mercadoria e Futuros (BM&F)”, disse o ministro. “Se tiver um fluxo muito grande de capital estrangeiro para o Brasil, além daquele que é necessário, teremos uma valorização excessiva do real e quando ele se valoriza acaba encarecendo as nossas exportações e barateando as importações”, acrescentou Mantega.De acordo com o ministro da Fazenda, a sobrevalorização do dólar traria prejuízos à produção brasileira e, consequentemente, poderia gerar mais desemprego. “25% da produção industrial no Brasil é para exportação. E se você encarece a exportação, com o câmbio valorizado, exporta-se menos”, afirmou. A taxação será feita por meio do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquota de 2%. Ela será aplicada somente na entrada do capital que será usado para investimento em renda fixa ou em aplicações na Bolsa de Valores. A taxação começará a valer a partir de amanhã (20), depois de ser publicada no Diário Oficial da União e não valerá para os investimentos diretos.