Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - OMovimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirmou hoje (6),por meio de nota, que derrubou parte da lavoura de laranja da empresaCutrale, em Borebi (SP), para denunciar a suposta grilagem de terraspúblicas. “A produtividade da área não podeesconder que a Cutrale grilou terras públicas, que estãosendo utilizadas de forma ilegal, sendo que, neste caso, a laranja éo símbolo da irregularidade. A derrubada dos pés delaranja pretende questionar a grilagem de terras públicas”. Afazenda, localizada a 300 quilômetros da capital paulista, foitomada por cerca de 350 famílias, no último dia 27.
O MSTtambém acusa a Cutrale de formação de cartel naprodução de sucos e de despejos de esgotos sem tratamento emdiversos rios da região. “A empresa também já foi autuadainúmeras vezes por causar impactos ao ecossistema, poluindo omeio ambiente ao despejar esgoto sem tratamento em diversos rios. Noentanto, nenhuma atitude foi tomada em relação a estaquestão”, afirma a nota.
Apesar do movimento ter recebido receber um aviso deliminar da Justiça para a desocupação da área,as famílias pretendem permanecer na fazenda atéque seja marcada uma reunião com o superintendente do Incra.No encontro, o movimento deverá exigir que as terras griladassejam destinadas para a reforma agrária.
Opresidente do Instituto Nacional de Colonização eReforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, condenou a invasãoda fazenda. Segundo ele, “este tipo de ação nãocontribui para a resolução dos conflitos fundiáriose para o avanço da reforma agrária no país”.