Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça,Tarso Genro, manifestou-se hoje (4) contrário a qualquerflexibilização da recente legislação, queestabeleceu punições mais duras aos motoristas quedirigem alcoolizados. As críticas de motoristas e donos deestabelecimentos comerciais, de que a proibição foimuito radical. não sensibilizam o ministro. “Não estános nossos planos fazer nenhuma mudança na lei . Os resultadosprovavelmente serão muito positivos na reduçãode acidentes. Existe o bem da vida e o legítimo bem mercantil,de quem se interessa em comercializar. Mas temos que nos fixar novalor maior, que é o bem da vida”, afirmou Tarso. A legislaçãoestabeleceu o limite de tolerância de 2 decigramas por litro desangue do motorista - acima do qual ele pode ser preso, ter ascarteira suspensa por um ano e o veículo apreendido, alémde ser multado em R$ 955 . Acima de 6 decigramas por litro de sangue,a punição inclui também a detençãodo motorista de seis meses a três anos. O ministro informou o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) ainda vai definiraspectos sobre a aplicabilidade da lei, “para evitar que ela sejaaplicada de forma injusta no caso concreto. Tarso citou situaçõesque podem ser toleradas pelos agentes de fiscalização,como os casos de um padre que tenha tomado cálice de vinho emuma celebração, uso recente de anticépticobucal pelo cidadão, consumo de bombons de licor ou sagu [docepreparado com vinho]: “Trata-se apenas de uma sensatez, para que aaplicação da lei não se transforme em máximainjustiça”, disse o ministro da Justiça.