Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho de Representantes da Confederaçãoda Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) decidiu autorizar acontratação de uma empresa de auditoria para investigarse mensagens eletrônicas de computadores da entidade foraminterceptadas de forma ilegal por terceiros. Na última sexta-feira (20), asenadora Kátia Abreu (DEM-TO) protocolou uma representaçãona Polícia Civil do Distrito Federal denunciando o fato.A edição desta semana da revista Veja publica reportageminformando que a senadora teria recebido doação ilegal da CNA na campanha eleitoral de 2006. Em sua prestaçãode contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Kátia Abreudisse ter recebido, na campanha, R$ 2,413 milhões do Comitêde Financiamento Único do PFL (atual DEM) e R$ 50 mil do BancoItaú.As denúncias contra a senadora surgem em ano de disputa pela presidência da CNA. A senadora eleita por Tocantins já declarou sua intenção de concorrer ao cargo. O atualpresidente da entidade, Fábio Meirelles, pretende igualmente brigar pelo comando da entidade. Meirelles também preside aFederação da Agricultura de São Paulo (Faesp).Alguns representantes das federaçõesde diversos estados afirmam que a disputa pelapresidência da maior entidade do setor agropecuário já começou. A CNA movimenta cerca de R$ 180 milhões por ano.Depois de mais de quatro horas e meia da reuniãoextraordinária, que contou com representantes de 22 das 27federações de agricultura e pecuária do país,a CNA liberou uma nota comunicando a autorização para a realização da auditoria. Seus funcionários estão sem acesso aoscomputadores desde sexta-feira, quando o centro de informáticada entidade foi lacrado. Como não há previsão paraque a situação volte ao normal, algumas pessoas quetrabalham no prédio da entidade tiveram que levar seuscomputadores portáteis com conexão sem fio àinternet.No comunicado, a CNA “manifesta integral apoio àsenadora Kátia Abreu”, garante que “não fazcontribuição financeira para campanhas eleitorais” etambém autoriza acesso “a todo o sistema de equipamentos deinformática para o trabalho das perícias policial e daempresa contratada”. Peritos do Instituto de Criminalística(IC) da Polícia Civil do Distrito Federal já começaramas investigações nos computadores da entidade e têm30 dias para divulgar o laudo.