Hospital universitário no Rio reduz atividades por falta de recursos

13/05/2008 - 21h03

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Com os transplantes de órgãos suspensos desde o dia 9, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pode suspender outras atividades, como cirurgias e novas internações. A alegação é falta de recursos para a manutenção da unidade.O diretor do hospital, Alexandre Pinto Cardoso, reuniu-se hoje (13) em Brasília com representantes do MEC para conseguir verbas adicionais. A dívida da unidade, segundo ele, é de cerca de R$ 10 milhões.Para os próximos dias, o hospital anunciou mais restrições ao atendimento. Assim que os pacientes receberem alta, os leitos serão fechados. O hospital também informou que só existe material para exames de sangue nos próximos dois dias. Algumas cirurgias serão realizadas somente depois que o médico responsável verificar se há material necessário.Cardoso atribui esse valor ao reajuste dos serviços e bens hospitalares e ao não reajuste do contrato feito em 2004 com o município do Rio, que seria responsável por repassar as verbas do Ministério da Saúde. De acordo com o diretor, uma portaria do Ministério da Educação (MEC), responsável pelos hospitais universitários, também teria provocado problemas com os fornecedores."Essa portaria que nos transforma numa unidade orçamentária é importante, mas transitoriamente está nos causando algumas dificuldades e precisamos resolver isso", disse. A assessoria do MEC informou que os repasses das verbas estão em dia desde 2004 e que reuniões estão sendo feitas regularmente para discutir a situação dos hospitais universitários.A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a necessidade de reajuste do contrato de 2004, e que espera há quatro meses o Plano Operativo Anual do HUCFF. Caso esse documento seja apresentado amanhã (14), em uma reunião entre a secretaria e representantes do hospital, a renovação será feita imediatamente.Em relação à defasagem de preços do contrato por causa da inflação, a secretaria informou ainda que a verba é repassada diretamente pelo Ministério da Saúde e que os preços da tabela do contrato são definidos pelo SUS para todo o país. O município é responsável apenas pela verba assistencial, ou seja, dos serviços prestados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), como exames.O diretor afirmou que a interrupção de algumas atividades foi feita para garantir a qualidade do hospital, que é referência em procedimentos de alta complexidade, como transplantes, terapia com células-tronco e cirurgia de redução do estômago. Mais de 10 mil alunos de diversas faculdades fazem estágio no hospital e cerca de 3,5 mil profissionais de saúde trabalham na unidade, onde são feitas 25 mil consultas por mês.