Para diretor do FMI, o mundo acredita mais no Brasil que os próprios brasileiros

24/04/2008 - 22h30

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), o economista PauloNogueira Batista, prevê que os países emergentes vãoocupar o lugar das nações mais importantes do mundo nospróximos anos. Nesse cenário, segundo ele, o Brasildeve se destacar, em razão do enfraquecimento das principaiseconomias, como a americana.De acordo com NogueiraBatista, o governo Bush trouxe “sorte” para o Brasil. Issoporque, avalia o economista, o presidente americano "geriu mala política econômica e a política externa do seupaís". Ele falou hoje (24) no seminárioPerspectivas para o Brasil no Cenário Internacional, promovidopelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).O economista diz que oBrasil “é um país de sorte, pois tem muito maiscredibilidade no exterior que na cabeça dos própriosbrasileiros”. Ele atesta que constatou isso ao assumir o cargo noFMI e afirma que o mundo vê melhor o Brasil que os própriosbrasileiros. “O peso natural do nosso país vem crescendo hámuito tempo, independentemente da competência ou não dosnossos representantes.”Segundo o diretor do FMI, o Brasiltem tudo para ser um grande pólo da América do Sul nocenário mundial. Ressalva, porém, que o paísainda é subdesenvolvido, o que persistirá por algumtempo. E lembra que países emergentes, como a China e a Índia,vêm desempenhando um papel estabilizador na economia mundial e,por isso, "também podemos ter vez".Oconceito de outros governos em relação ao Brasil,afirma Nogueira Batista, é dado pelo conteúdoestrutural do país, e não em razão de um governoem particular. “A queda no peso das grandes potências, como aantiga União Soviética e a Europa Ocidental, deu lugara emergentes como a China e a Índia, e o Brasil poderáter espaço também nessa corrida no mercadointernacional.”