Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Cerca 160 empresas com mais de cem funcionários recrutarão atédomingo (27) pessoas com deficiência para compor seu quadro. São 6.500 vagas e osinteressados devem se cadastrar na 7ª Reatech, feira aberta hoje(24). Segundo o diretor do evento, Rodrigo Rosso, "a A Lei de Cotas [n° 821/91] exige que empresas com mais decem funcionários tenham pelo menos 2% de seu quadro composto por pessoas comdeficiência, mas para elas é difícil atingir essa meta.”Dados do Ministério do Trabalho e Emprego apontam que somente um terço das vagas que teriam de ser ocupadas por deficientes estãopreenchidas atualmente. Para Jair Pianucci, diretor de Recursos Humanos da HP Brasil, o maior problema no recrutamento de deficientes é a qualificação. "É um ciclo vicioso que precisamos romper", afirmou, ao lembrar que boa partedesses trabalhadores não teve acesso à universidade ou sequer concluiu o ensino médio. A empresa precisa empregar mais 23 portadores de deficiência, pois desde abril de 2006 já contratou 90, acrescentou. Elaine Carlini, coordenadora do programa de inclusão doUnibanco, disse esperar que cerca de 5 mil pessoas se inscrevam no estande para participar de futuras seleções. Hoje, contou, cerca de 420 pessoas com deficiênciatrabalham na companhia, mas deveriam ser 1,7 mil, conforme as cotas estabelecidas em lei.Um deles poderia ser Ademir Batista de Souza, de 28 anos.Formado em Filosofia, ele perdeu os movimentos das pernas em 2003, após umacidente de carro, e não trabalhou mais. Na primeira visita à Reatech, disse que pretende se cadastrar "tanto em bancos de dados para cursos quanto para vagas de emprego".Segundo Souza, os baixos salários oferecidos e a dificuldade delocomoção são as maiores dificuldades: “Não vale a pena eu deixar de recebermeu benefício por invalidez, de R$ 900, para ganhar R$ 600. Ainda mais tendo queatravessar a cidade em ônibus que nem é adaptado.”Além das vagas de emprego, a feira expõe produtos voltados à melhoria da acessibilidade, como próteses e cadeiras de roda. Associações e entidades ligadas aos deficientestambém mantêm estandes na feira, no Centro de ExposiçõesImigrantes.