José Dirceu nega ter afirmado que sede gaúcha do PT foi construída com caixa 2

04/01/2008 - 20h43

Pedro Biondi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ex-ministro-chefe daCasa Civil José Dirceu divulgou nota hoje (4) negandoter afirmado que a sede do Partido dos Trabalhadores (PT) em PortoAlegre foi comprada com dinheiro de caixa 2, ou seja, recursos não declarados. A declaraçãoatribuída a ele em reportagem da revista Piauí é de que a obra na capital gaúcha“foi feita só com caixa dois”. Segundo a publicação, o ex-ministro acrescentou: “Era com mala dedinheiro”. Ao se defender, José  Dirceu disse que se referia a denúncias feitas pela oposição, e que, após exaustiva investigação, o PT no Rio Grande do Sul e os dirigentes do partido foram absolvidos no caso. "Não fizacusações relacionadas à compra da sede do PT emPorto Alegre", escreveu. "Limitei-me a repetir que ocorreram denúncias deque o prédio fora comprado com recursos ilegais e que aoposição falou em 'sacos de dinheiro', mas que aJustiça e uma CPI investigaram exaustivamente os fatos e, aofinal, o PT gaúcho e os dirigentes alvo da denúnciaforam absolvidos."O ex-ministro, que é réu no processo do mensalão, acrescentou que o foco de seu comentário era a falta de solidariedade de petistas do Rio Grande do Sul que, segundo ele, tiveram apoio do partido diante das acusações: "A direçãonacional não os pré-julgou não só pelasolidariedade partidária, como pelo respeito ao direitosagrado à presunção da inocência. O quedestaquei à jornalista [da revista], então, é que a recíprocanão ocorreu e que quando acusado não recebi o mesmotratamento de alguns dirigentes do PT gaúcho. Estes nãolevaram em conta sequer a presunção da minhainocência."Questionado à tarde por jornalistas sobre o caso da sede em Porto Alegre, o ministro da Justiça, Tarso Genro, respondeu:“Não tenho nenhuma informação sobre isso, porque eu não era da direção estadual nem da nacional [do PT]. Também não integrava o governo do governador Olívio Dutra. Acho que foi um contencioso que ele [Dutra] estabeleceu com o diretório do partido naquela oportunidade”.Diante de nova pergunta sobre o assunto, Tarso acrescentou:“Percam a esperança. Não vou aqui, como ministro da Justiça, responder questões internas do partido, particularmente relacionadas com o debate de José Dirceu com a ex-direção do partido no estado”.Na nota de hoje, Dirceu também contestou a afirmação da revista de que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares participou recentemente de jantar com ele e com os deputadospetistas José Genoino e João Paulo Cunha (também réus no caso do mensalão) e Antonio Palocci. "Não poderia fazê-loporque Delúbio simplesmente não participou destejantar", informou. Negou, ainda, ter feito considerações à revista sobre um dos filhos dopresidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luiz.Segundo o ex-ministro, comentários dele publicados como referências a Fábio Luiz, conhecido como Lulinha, diziamrespeito ao jornalista Luiz Costa Pinto, que tem o mesmoapelido.