Execução orçamentária de investimentos na saúde ficou em 61,25% no ano passado

04/01/2008 - 21h18

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dados de balanço divulgado pelo Ministério do Planejamento apontam que o Ministério da Saúdenão está entre os que mais empenharam as verbas previstas para investimentosem 2007: com índice de empenho de 61,25%, ficou atrás dos ministériosda Educação, das Comunicações, do Desenvolvimento Agrário e da Ciência e Tecnologia,que investiram mais de 90%.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde, apasta dá prioridade às despesas de custeio. A assessoria  informou ainda que, em números absolutos, o total empenhado relativo ainvestimentos da pasta no ano passado – R$ 2,9 bilhões – foi superior aos valores dosdois anos anteriores: R$ 2,19 bilhões em 2006 e R$ 2,11 bilhões em 2007. Os investimentosincluem, por exemplo, as emendas parlamentares destinadas à construção deunidades de saúde ou aquisição de ambulâncias. O índice de execução é considerado “lamentável” pelo presidente do Conselho Nacional deSaúde (CNS), Francisco Batista Júnior. Ele informou que o assunto será debatidoem reunião ordinária do CNS na próxima quarta-feira (9): “Podemosaprofundar o debate e fazer encaminhamentos ao Executivo para que essabaixa execução não se repita.”Segundo Batista Júnior, o Conselho já detectou que áreas estratégicas na Saúde teriam a execução abaixodo esperado, em  níveis de 30% a 40%. E que uma das causas alegadas seriam as dificuldades de ordemburocrática na área de planejamento. Para o presidente da Frente Parlamentar da Saúde,deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), seriam necessários mais R$ 12 bilhões porano para atender adequadamente a todas asdemandas de serviços de saúde da população. Ele disse considerar normal dar prioridade às despesas de custeio: “Elas são mais pesadas com  UTIs [unidades de terapia intensiva], prontos-socorros, remédios para transplantados de rim, tratamento de pacientes com hepatite crônica, compra devacinas. Com tudo isso o ministério tem gastos.”