Temporão reconhece falha na distribuição de medicamentos contra doenças relacionadas à aids

01/12/2007 - 19h34

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - No Dia Mundial de Luta Contra a Aids, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, reconheceu que ainda háproblemas na distribuição de alguns medicamentos para doençasoportunistas, mas ressaltou que os remédios contidos no coquetelanti-aids são entregues gratuitamente a todos os pacientes no país.“Podemfaltar alguns medicamentos complementares e alguns exames, mas oMinistério da Saúde está atento e trabalhando duro para melhorar aqualidade de vida dos pacientes”, afirmou hoje (1º) o ministro que participou de ato ecumênico aos pés da estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. O monumento recebeu um laço vermelho com oito metros de altura, símbolo da campanha contra a doença. Durante o evento, integrantes da organização não-governamental (ONG) Grupo Pela Vida realizaram um protesto, carregando cartazes contra a falta de medicamentos e exames laboratoriais no sistema público de Saúde. A vice-presidente do grupo, Mara Moreira, disse que é praticamente impossível encontrar remédios contra doenças oportunistas ou realizar exames para monitorar a carga viral e o número de células de defesa. “Não temos nada que estar comemorando. Estamos reivindicando medicamentos para doenças oportunistas e exames que estão faltando na rede pública em todo o país, principalmente na região Nordeste”.O bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, dom Antônio Augusto Dias Duarte, ressaltou que o uso de preservativo como meio contraceptivo ou de prevenção a doenças sexualmente transmitidas depende da consciência de cada um, mas que a questão é mais ampla e passa pela discussão de valores morais relativos à família e ao comportamento humano, que devem ser considerados como métodos preventivos."O evento de hoje mostra que a igreja católica não está na contramão [da luta contra a aids], mas na mesma direção do governo. A metodologia preventiva está na diversidade de opiniões e de resultados. Temos que respeitar as diversidades para irmos aos pontos em comum e trabalhar o que é importante: o direito dos pacientes terem os remédios para se tratar, a qualidade de vida, o reconhecimento pela sociedade e o não-preconceito."