Iglesias pede que países desenvolvidos ajudem a reduzir desigualdades na América Latina

08/11/2007 - 22h08

Mylena Fiori
Enviada especial
Santiago (Chile) - O secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, fez hoje (8) um apelo aos países desenvolvidos para que ajudem a reduzir as desigualdades na América Latina, com a  adoção de práticas comerciais mais justas. Para o ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o comprometimento dos governos ibero-americanos com sociedades mais inclusivas não isenta de responsabilidade as nações mais ricas do planeta. "Se o reforço da coesão social compromete as políticas internas de nossos países, isso não libera a comunidade internacional de sua cota de responsabilidade no fortalecimento de nossa coesão social, assegurando-nos maior justiça e eqüidade nas relações comerciais e financeiras internacionais", disse Iglesias, na cerimônia de abertura da 17ª Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e de governo. "Apelamos a essa tomada de consciência dos países desenvolvidos", frisou.Iglesias também propôs alguns questionamentos aos 22 governantes que se reúnem até sábado (10) em torno do tema coesão social e políticas de inclusão para as sociedades ibero-americanas. "Devemos nos interrogar sobre o que fazer para que o atual ciclo econômico se sustente e também se aproveite para começar a reverter, de uma vez por todas, o padrão histórico de crescimento com exclusão", disse à platéia de governantes.Hoje à tarde, representantes dos movimentos sociais entregaram suas demandas a alguns dos líderes que já estavam em Santiago. O documento, resultado do 3º Encontro Cívico Ibero-Americano, exige a institucionalização da participação cidadã na formulação de políticas públicas. Também pede que os chefes de Estado e de governo se comprometam com medidas concretas para a geração de trabalho decente, como forma de promover melhor distribuição de renda na América Latina.A presidente chilena, Michele Bachelet, encerrou a cerimônia de abertura da Cúpula dizendo esperar que o encontro represente "um passo potente" em direção a um novo pacto social nos países ibero-americanos e entre eles. "Um passo que coloque o ser humano no centro de nossas políticas públicas, que advogue por sociedades mais democráticas, mais integradas e mais coesas, onde a exclusão econômica, étnica, política ou social seja só uma má recordação", afirmou, sob aplausos. As atividades oficiais do encontro começarão às 10 horas desta sexta-feira (9).