Estados se unem para combater a dengue

18/10/2007 - 20h18

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul vão formar uma força-tarefa para combater a dengue. Representantes das secretarias de saúde dos quatro estados vão trabalhar em parceria com o Ministério da Saúde no combate, controle e erradicação da doença nessa região. Uma proposta assinada pelos governadores Roberto Requião, Luiz Henrique da Silveira, André Puccinelli e Yeda Crusius,  durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), realizada hoje (18), em Curitiba, determina que, para o próximo encontro, que deverá ser realizado no início de 2008, seja elaborado um  relatório das atividades planejadas e executadas. Segundo a presidente do Codesul, Yeda Crusius, o problema é sério e tem que ser enfrentado em conjunto. Dos 470 mil casos de dengue registrados em todo o País, este ano, 9% são relativos aos quatro estados.O  ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse aos governadores que a dengue passou a ser um problema de toda a população brasileira e que muita gente ainda não se conscientizou da importância da prevenção."Tivemos no Brasil 121 mortesinadmissíveis", declarou o ministro. "Ou  faltou a urgência em procurar o profissional de saúde ou falhou o diagnóstico”, lamentou Temporão.O ministério irá promover uma campanha para esclarecer a população e ensinar sobre a importância de combater os focos do mosquito diariamente, além de agilizar o diagnóstico e o tratamento. Os profissionais da saúde também fazem parte desse público. Todos os 300 mil médicos brasileiros estão recebendo CD-ROMs com informações sobre a doença.O ministro disse ainda que não tem conhecimento do registro de casos autóctones (contraídos no próprio estado) em Santa Catarina, mas existem casos no Paraná e no Mato Grosso do Sul e este ano, pela primeira vez, no Rio Grande do Sul. No Paraná, foram 46.473 casos notificados, dos quais 24.838 foram confirmados. Desse total, 23.557 são autóctones.Temporão explicou aos governadores que o ministério produziu materiais explicativos levando em consideração as especificidades de cada local. “Diferentes jingles também foram produzidos, para atingir públicos diversos, com ritmos como música sertaneja, samba e hip-hop”.Segundo o ministro,  a população não pode pensar que, num curto prazo, surgirá uma vacina contra a dengue. “Mesmo que tivéssemos [uma vacina] seria desenvolvida por multinacional, protegida por patente e comercializada por preços altos para países pobres”.