Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os governos brasileiroe argentino reafirmaram hoje (3) o interesse mútuo na plenaintegração da Venezuela ao Mercosul. Após reunião com o ministro das RelaçõesExteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, JorgeTaiana, o chanceler Celso Amorim informou que deve tratar do tema embreve com deputados e senadores. “Vejo isso como algo serealizando com normalidade, é o nosso interesse. Não houve ainda uma oportunidade para que euconversasse com os congressistas, mas eu diria que houve gestospositivos nas conversas do embaixador da Venezuela com o Congressobrasileiro para desanuviar um aspecto ou outro da questão, eisso é bom”, avaliou Amorim.A adesão plenada Venezuela ao Mercosul depende da aprovação doParlamento de todos os parceiros do bloco. As relaçõesdo Congresso brasileiro com o governo venezuelano, no entanto,ficaram estremecidas a partir das declarações dopresidente Hugo Chávez, que chamou os parlamentares de “papagaiosde Washington”, depois que o Senado pediu que Chávezreconsiderasse a não-renovação da concessãoda RCTV. Argentina e Uruguai já ratificaram a adesãovenezuelana.A aproximaçãodo México com o Mercosul também interessa ao Brasil e àArgentina. Amorim lembrou que o presidente argentino, NestorKirchner, esteve recentemente no México. No domingo (5), o presidente LuizInácio Lula da Silva chegará ao país para visita de três dias. “Temos desejo de aprofundar os acordosde complementação econômica. O Brasil nãoexclui – pelo contrário, vê com bons olhos a idéiade um acordo de livre-comércio entre o México e oMercosul, o que criaria as condições para que o Méxicopudesse ser um associado, como são outros”, afirmou Amorim.E complementou: “Precisamos de doispara bailar. Sabemos que o México quer, sim, se aproximar doMercosul. E temos que descobrir qual a forma melhor”. A adesão do México como membro pleno não épossível, uma vez que o país é integrante doNafta (Área de Livre Comércio da América doNorte, formada por Estados Unidos, Canadá e México).