Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nos próximos dias, o inquérito da Operação Navalha será devolvido ao Ministério Público Federal (MPF) para produção e análise das provas, e apresentação de denúncia. Segundo informação do Superior Tribunal de Justiça, após o oferecimento da denúncia, o inquérito voltará ao STJ para que a ministra Eliana Calmon elabore o relatório, a ser submetido à Corte Especial, composta por 22 ministros. Só então, a fase judicial é iniciada.Há oito dias o STJ recolhe os depoimentos das pessoas investigadas e que somam mais de cem horas. Durante esses depoimentos, foram utilizadas as provas digitais coletadas (gravações e vídeos), que motivaram os pedidos de prisão preventiva decretados pela ministra. A Operação Navalha foi deflagrada no dia 17 de maio, quando 47 pessoas foram presas, suspeitas de participação em um esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos federais, estaduais e municipais. Segundo a Polícia Federal, foram apreendidos 38 veículos, além de R$ 1,3 milhão, cerca de US$ 80,2 mil, 1,8 mil euros, 366,10 libras e valores que somam 1 mil pesos e francos.Com dois assessores entre os investigados, o então ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, pediu demissão no dia 22. Imagens e gravações de conversas telefônicas divulgadas pela imprensa levantaram a suspeita de envolvimento do ex-ministro, já que um dos assessores teria recebido propina de R$ 100 mil da Construtora Gautama, do empresário Zuleido Veras (preso na operação policial).