Conflito pela água no país ainda não é "tão preocupante", diz ministra

19/03/2007 - 23h26

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, MarinaSilva, disse hoje (19) que o conflito pela água no Brasil ainda “não étão preocupante”. Segundo ela, que participou da abertura da Oficina deDetalhamento dos Programas e Subprogramas do Plano Nacional de RecursosHídricos (PNRH), a preocupação maior é com o Semi-árido nordestino,onde há escassez de água. “O Plano é um esforço para fazer frentetambém aos conflitos pela água”, destacou.

Dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontam que em 2004 havia 21.449famílias envolvidas em conflitos pela água no país. No ano seguinte,esse número subiu para 32.463 – um crescimento de mais de 50%. Osestados do Paraná, com 6.880, e do Pará, com 4.792 casos, lideravam aestatística. Conflitos pela água, segundo a CPT, são ações deresistência, em geral coletivas, para garantir o uso e a preservaçãodas águas, e a luta contra a construção de barragens e açudes, contra aapropriação particular dos recursos hídricos e a cobrança pelo uso daágua no campo.

A ministra informouque o Brasil tem vários programas de combate à escassez de água e àdesertificação. “Nós estamos nos antecipando para evitar essesproblemas, criando um sistema de gerenciamento democrático da água. Oscomitês de bacias contemplam exatamente essa necessidade dedistribuição eqüitativa e justa dos recursos hídricos, para evitarsituações de injustiça”, afirmou.A Oficina de Detalhamento dosProgramas e Subprogramas do PNRH começou hoje e até quarta-feira (21)pretende subsidiar a implementação do Plano, que será submetido àaprovação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) no final doano. Se forem aprovadas no Conselho, as propostas contidasno PNRH serão então submetidas ao Plano Plurianual (PPA) deinvestimentos do governo federal para o período de 2008 a 2011.