ONU planeja captar US$ 400 milhões para fundo internacional de ajuda humanitária

19/03/2007 - 16h05

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A secretária-geral adjunta para a Coordenação de Assuntos Humanitários dasNações Unidas (ONU), Margareta Wahlström, anunciou hoje (19) que a meta da ONUé angariar até 2008 a importância de US$ 400 milhões para o fundo destinado apaíses que necessitam de ajuda humanitária, proteção das pessoas vivendo emáreas sob conflitos ou socorro às vítimas de desastres naturais e combate àmiséria.De acordo com a secretária, mais da metade dos países ligados à Organizaçãopara a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) apresentamcontribuições abaixo de 1% da formação de seu Produto Interno Bruto (PIB). “Ahumanidade demora demais para reagir rapidamente e não podemos perder acapacidade de atender a quem precisa de ajuda”, disse Margareta Wahlström.Segundo ela, os US$ 400 milhões para o Fundo de Emergência deverão serinvestidos em 161 projetos de 40 países. Para 2007, a maior parte dos paísesque vão receber apoio está na África. Entre eles, a República do Congo, quereceberá US$ 28 milhões. “Também daremos ajuda à Palestina ocupada”,acrescentou a secretária da ONU.Diante das previsões de aquecimento global e desequilíbrio ecológico,responsáveis pela antecipação de desastres naturais, Margareta Wahlströmdestacou que essa situação lança um novo desafio: a necessidade de os pequenospaíses passarem a ”protagonistas” nas ações. “Acreditamos que ao enfrentar aspróprias adversidades, as nações ajudadas poderão se fortalecer e vir a ser umelo multiplicador das contribuições.”O coordenador-geral de Ações Internacionais de Combate à Fome, Milton RondóFilho, estimou que o Brasil vá contribuir com US$ 30 mil para o fundo.”Nósdevemos doar essa quantia ainda neste primeiro semestre”, calculo Rondó. Amedida envolve os Ministérios de Relações Exteriores, Integração Nacional, deDefesa, Saúde, Desenvolvimento Social e de Combate a Fome, além das secretariasnacionais de Educação e Direitos Humanos.Para o ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, o Brasil devecomeçar a agir “não mais como um país pequeno, pobre e subordinado que sóentende ajuda humanitária de pedir ajuda exterior quando for o caso"."Deve passar a ser um país que integra mais fortemente o sistemainternacional da ONU e da OEA [Organização dos Estados Americanos] para poderresponder a problemas na Bolívia, no Paraguai, na Colômbia, na Venezuela, mastambém no Sudão, na Ásia”, defendeu Vannuchi, que considera o seminárioimportante para nortear políticas públicas e “assegurar uma integração plena eimediata dos casos que, certamente, continuarão acontecendo face aosdesequilíbrios ambientais”.