Estudo encomendado por produtores de sementes estima economia de US$ 14 bilhões com transgênicos

19/03/2007 - 15h52

Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - Um estudo divulgado poruma consultoria da iniciativa privada estima em cerca de US$ 14,4bilhões a economia dos produtores com a utilizaçãode soja transgênica em todo o mundo. entre os anos de 1996 e2005. O material elaborado pela consultoria Edgard Pereira &Associados foi apresentado na semana passada na Comissão deAgricultura da Câmara dos Deputados.De acordo com um dosautores do relatório “Impactos Econômicos das CulturasGeneticamente Modificadas no Brasil”, Edgard Pereira, que tambémé professor da Unicamp, o estudo foi feito a pedido daAssociação Brasileira dos Produtores de Sementes eMudas. “A pesquisa fez essa avaliação das economiasque já aconteceram no caso da soja e que podem vir a acontecerno caso do algodão e do milho. Não fizemos nenhumaavaliação de impactos ambientais, nos restringimosapenas à análise econômica”, diz.Segundo o estudo, osEstados Unidos, principal país na adoção daslavouras transgênicas, teve uma economia nos custos de produçãoreferentes a US$ 12,9 bilhões, seguido pela Argentina (US$ 5,4bilhões), China (US$ 5,2 bilhões) e pelo Brasil (US$1,4 bilhões). Entre os fatores destacados para a economiaestá a redução do uso de agrotóxicos.Isso porque os transgênicos são modificadosgeneticamente para resistirem a pragas.No caso do Brasil, orelatório aponta o país como terceiro maior produtormundial de culturas transgênicas. “O Brasil em poucos anos,praticamente com quatro safras, foi para a terceira posiçãoe por termos uma área agricultável muito extensacomparativamente com outros países do mundo as possibilidadesde expansão são muito grandes”. avalia Edgard aoenfatizar que os resultados poderia ser maiores, frente àdimensão territorial e potencial agrícola brasileiro.De acordo com EdgardPereira, a adoção das sementes transgênicaspermite ainda a cultura em regiões e solos que com a lavouraconvencional não poderia ser utilizado. “Esse é ocaso das costas das montanhas aonde é difícil preparara terra e fazer toda a preparação do solo que serianecessário. Com as sementes geneticamente modificadas, oplantio é viabilizado”.A apresentaçãodo estudo na Câmara dos Deputados aconteceu às vésperasda decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, queprecisa decidir se aprova ou veta até quarta-feira (21) amedida provisória que reduz o número de integrantes daComissão Técnica Nacional de Biossegurança(CTNBio), o que facilitaria a liberação de sementestransgênicas, uma das reivindicações dasmultinacionais que pesquisam a tecnologia.