BID perdoa dívida da Bolívia, Guiana, Haiti, Honduras e Nicarágua

19/03/2007 - 20h50

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O BancoInteramericano de Desenvolvimento (BID) aprovou o perdão da dívida da Bolívia,Guiana, Haiti, Honduras e Nicarágua dos saldos de empréstimos pendentes em 31de dezembro de 2004 de seu Fundo para Operações Especiais (FOE). Estafoi a principal decisão da  48ªReunião Anual da Assembléia de Governadores do organismo, que teveinicio no último sábado (17) e vai até amanhã, na Guatemala."Oprocesso de cancelamento da dívida representou prova inconteste de nossacapacidade de abrir mão de posições preestabelecidas em prol de um interesseinstitucional comum e maior: contribuir para a melhoria das condições de vidana Bolívia, Guiana, Haiti, Honduras e Nicarágua", afirmou o ministro doPlanejamento do Brasil, Paulo Bernardo, que no último ano presidiu a Assembléiade governadores. Paulo Bernardo lembrou que o processo de cancelamento dadívida teve início na assembléia em Belo Horizonte, realizada no ano passado, eque deliberou pelo início das negociações.Oscinco países beneficiados, que têm no BID o seu principal credor, foramliberados de pagar US$ 4,4 bilhões. Em nota, o BID afirma que o cancelamentodas dívidas sublinha o compromisso do organismo "de ajudar os países maispobres da América Latina e do Caribe em seus esforços para alcançar os Objetivosde Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas". As metas do milênio têmo objetivo de reduzir pela metade os níveis de pobreza até 2015. PauloBernardo destacou ainda, em discurso realizado na sessão de hoje (19) daassembléia, que o ano de 2006 foi marcado por um crescimento vigoroso daeconomia na região. Mas salientou que ainda assim a América Latina e o Caribecresceram menos do que outras regiões em desenvolvimento. "Nossapoupança doméstica manteve-se aquém das reais necessidades de investimento.Nossas indústrias continuaram pouco competitivas. E as condições de vida deenorme contingente populacional são ainda degradantes: 39% de nosso povo sãopobres e desprovidos dos direitos básicos de cidadania", declarou. "Pode-se,hoje, dizer que se a macroeconomia vai bem, a microeconomia carece deeficiência e a eqüidade está ainda por estabelecer-se entre nós", disse. Comosolução para esse problema, o ministro sugeriu o apoio do organismomultilateral em desenvolvimento tecnológico, com especial atenção para abiodiversidade. "Abre-se uma janela de oportunidades para a América Latinae o Caribe semelhante àquela descortinada pelos eletroeletrônicos para a Ásia,no século passado. Fontes de energia não poluentes e renováveis, novosfármacos, química fina ou de especialidades, genética animal e agrícolaconstituem inovações de fronteira, onde nossa biodiversidade outorga-nosvantagens competitivas em relação ao resto do mundo", afirmou. PauloBernardo fez o discurso na cerimônia em que o Brasil transmitiu o cargo depresidente da Assembléia dos governadores à Guatemala. Por tradição, apresidência da assembléia é ocupada pelo país sede da reunião anual, durante operíodo subseqüente à reunião.