Raquel Mariano
Da Agência Brasil
Brasília - Sergipe é o quinto estado a assinar um compromisso de combater o trabalho escravo. O governador de Sergipe, Marcelo Déda, assinou hoje (15), em Aracaju, uma carta-compromisso com a Organização Internacional do Trabalho (OIT).No documento, o governo não vai promover mercadorias que tenham sido produzidas com mão-de-obra escrava ou infantil. Também se compromete a destinar recursos financeiros e humanos para investigar e libertar pessoas em situação análogas à escravidão. Dados da da organização não-governamental Repórter Brasil indicam que há 25 mil pessoas trabalhando em condições semelhantes à escravidão no país. Não há dados sobre o estado de Sergipe. “Não ter incidência [de escravidão] não significa que não há. Significa que não foi descoberto, que não houve denúncia”, afirma Leonardo Sakamoto, coordenador da Repórter Brasil.Sakamoto ainda destacou que o processo de escravidão é formado por uma “teia”. O trabalhador que fica sem condições de sustentar a família deixa o local de origem para procurar trabalho em outras regiões. Segundo ele, enquanto alguns estados apresentam uma alta incidência de trabalho escravo, outros estados fornecem pessoas, que sem condições de viver procuram trabalhos em fazendas de outras regiões, que muitas vezes, escravizam trabalhadores.O trabalho escravo ocorre, segundo ele, principalmente em locais onde empreendimentos agropecuários estão em expansão. Ou seja, ele ocorre principalmente em fronteira agrícola. É onde você tem uma situação em que o empreendimento ta entrando, o capitalismo ta entrando, então nesse momento é mais fácil subjugar o trabalhador, subjugar o meio ambiente e subjugar a terra, ou seja, grilar, escravizar e matar. Esse já é o quinto governador que adere à campanha da ong Repórter Brasil. Os governadores Ana Júlia Carepa (PA), Jackson Lago (MA), Jacques Wagner (BA) e Wellington Dias (PI) também já assinaram a carta-compromisso.