Emprego no Nordeste cresce acima da média nacional

15/03/2007 - 22h21

Juliane Sacerdote
Da Agência Brasil
Brasília - A migração de fábricas e empresas para o Nordeste tem feito a região criar mais empregos que a média nacional, revelam dois estudos elaborados pelo Ministério do Trabalho e divulgados hoje (15) durante o 6º Encontro Regional da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (Abet). No período de 1986 a 2004, foram gerados cerca de dois milhões de empregos formais na região Nordeste. Esse número corresponde a uma taxa de crescimento de 3% ao ano, valor maior que a taxa nacional, que ficou em 2,3%. Ou seja, os estados nordestinos respondem por 20% dos empregos formais criados nesse período."A criação de empregos formais é importante na medida que traz um processo de inclusão social dos trabalhadores, e isso garante o crescimento da região de maneira sustentável", destaca Rogério Nagameni, assessor especial do ministério do Trabalho e Emprego. Entre os setores que mais se desenvolveram estão o comércio, serviços, agropecuária, a indústria de transformação, o setor de calçados, alimentício, têxtil e o setor de transportes. De acordo com o técnico do ministério, o setor de calçados foi o que apresentou maior crescimento, com um índice de elevação de 14% ao ano."Nos últimos anos várias empresas migraram para a região Nordeste e deixaram de se concentrar somente na região sul e sudeste. Esse processo de re-localização contribuiu para melhoras nos índices”, explica. O setor de turismo também teve melhoras significativas. No período de 1994 a 2004, o setor cresceu 6,3% ao ano, taxa também superior a nacional. Na opinião de Rogério Nagameni, técnico do ministério do Trabalho e Emprego, o resultado é positivo, pois a geração de empregos “é fundamental para o desenvolvimento de qualquer região”, principalmente quando são empregos formais com a “proteção social”.A informalidade também recuou nesse período. Pelo menos 11% dos trabalhadores passaram a exercer funções com carteira assinada nesses 12 anos. Mas a região ainda concentra um dos maiores índices de informalidade do país. Hoje pelo menos 40% dos trabalhadores brasileiros estão no mercado formal.A redução do número de empregos informais reflete na distribuição de renda. As mulheres, por exemplo, em 1995, em iguais condições de escolaridade, idade e função ou cargo, ganhavam em média 51,4% a menos que homens, em cerca de 95% dos casos. Dez anos depois isso ocorre em 34% dos casos, uma queda de 17%.São eles: Dinâmica do emprego formal do Nordeste de 1985 a 2004, e Evolução do mercado de trabalho no Nordeste de 1992 a 2005. Ambos foram apresentados hoje (15) no evento, que tem como tema central “A Dinâmica do Emprego no Nordeste Brasileiro”, continua amanhã apresentando diversos trabalhos e estudos. Os estudos foram elaborados por Rogério Nagameni em parceria com Hélio Moreira.