Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AAssociação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais(Abepec) é a mais tradicional associação do campo público de televisão.Reúne 19 emissoras abertas, de caráter público, educativo e cultural,em todo o país. Dela fazem parte emissoras reconhecidas pela sociedade,premiadas no país e no exterior, e que produzem uma programação dequalidade, como a TV Cultura, de São Paulo, a TVE, do Rio de Janeiro ea Rede Minas, de Minas Gerais. As associadas da Abepec participarão do do 1º Fórum Brasileiro de TVs Públicas (leia manifesto),convocado pelo Ministério da Cultura, em parceria com a Radiobrás e aTVE Brasil, e apoio do Gabinete da Presidência da República e da CasaCivil (saiba mais sobre o Fórum).Nesta entrevista, o presidente da entidade e do Conselho da TV Cultura,Jorge da Cunha Lima, avalia que a idéia do fórum é muito feliz. Deterça a hoje (24), a Agência Brasil ofereceu entrevistas com todos ospresidentes das associações envolvidas no Fórum de TVs Públicas, cujaetapa final ocorre em fevereiro de 2007. No primeiro dia, ouvimos a Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral). Na quarta, a representação das emissoras comunitárias e ontem foi a vez da Associação Brasileira de Televisões Universitárias (ABTU). Agência Brasil: Qual a opinião da Abepec sobre a idéia do Ministério de fazer um fórum de integração das TVs públicas?Jorge da Cunha Lima:É uma idéia muito feliz porque a televisão pública tem sobrevivido porconta própria, num esforço monumental e tem que definir umrelacionamento mais profundo com o poder público. A primeiranecessidade é que o poder público entenda o que é e a importância da TVpública.ABr: Quais os problemas das TVs públicas?Jorge Lima:O primeiro é tecnológico. Estamos vivendo a fase de transição dosistema analógico para o digital. Isso implica que toda a produção e atransmissão sejam digitais. O que exige recursos de mão de obra,tecnológicos e equipamentos. O segundo grande problema é que para serempúblicas precisam ter independência política e administrativa. Ogoverno paga a conta, mas não pode mandar. Quem tem que mandar sãoconselhos representativos da sociedade. Outra questão é a programação.Ao contrário das privadas, não é definida pela questão comercial eaudiência, mas pela necessidade da sociedade de um tipo de programaçãoeducativa, cultural, informativa e infantil. A oferta é o nossoproblema e não a demanda.ABr: As TVs hoje têm como gerar conteúdo para ter uma programação completa e virar um canal digital?Jorge Lima:Não tem, mas tem que ter. As comerciais vão arranjar um BNDES e nóstemos que arranjar um BNDES a fundo perdido. Mas não é só uma questãode produzir. É importante que a população tenha a possibilidade decomprar a televisão digital.