Érica Santana
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Na segunda-feira (8), representantes de diversas categorias, que participam do Movimento Alerta no Campo, vão se reunir com os deputados federais da Comissão de Agricultura, Waldemir Moka (PMDB-MS), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Kátia Abreu (PFL-TO) e Ronaldo Caiado (PFL-GO). O objetivo do encontro é negociar com o governo e decidir as novas estratégias do movimento – que já atingiu os estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
O deputado Ronaldo Caiado disse que, na segunda-feira, deixará claro seu apoio aos produtores rurais. Segundo ele, a retenção de produtos agrícolas nos municípios foi a iniciativa mais inteligente tomada pelos produtores nos últimos anos. "Isso mostra que os municípios não podem ser penalizados por causa do endividamento. Essa é a maneira correta de mostrar a força do produtor agrícola; barrando a saída dos produtos".
O deputado Waldemir Moka destacou que, apesar de se solidarizar com o movimento, tentará estabelecer uma interlocução entre o governo federal e os produtores. "O bloqueio é ruim não só para a economia dos municípios, mas para o país. Nós queremos estabelecer um diálogo para tirar o produtor dessa posição e acabar com o bloqueio".
De acordo com Moka, o pacote de medidas para a agricultura, anunciado pelo governo em abril, não atende às reivindicações dos produtores. "Já são dois anos de estiagem que os agricultores do Mato Grosso do Sul enfrentam e agora, com a febre aftosa, eles estão vivendo um drama". Para ele, "não adianta o governo querer ignorar a crise "porque isso exige uma resposta".
Caiado disse que, no dia 16, líderes do Movimento Alerta no Campo estarão em Brasília para esclarecer à sociedade urbana que não se trata de uma crise apenas no setor rural. "É uma crise sistêmica que em curto prazo vai atingir a economia e outros setores", explicou.