Em nota, Funcef contesta relatório da CPI dos Correios

29/03/2006 - 21h02

Brasília - Em nota divulgada hoje (29), a diretoria executiva da Funcef (Fundação dos Economiários Federais) afirma que o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios "contém erros técnicos graves" e se diz "vítima, assim como os outros fundos de pensão citados".

De acordo com a nota, a inclusão do diretor financeiro Demósthenes Marques na lista dos indiciados "causa surpresa". Ele foi indiciado por investimentos realizados no Banco Santos e o comunicado da Funcef afirma que o relatório "deixa claro que não há indícios de atuação administrativa que possam incriminá-lo".

É a seguinte, na íntegra, a nota divulgada pela Funcef:

"A Funcef - Fundação dos Economiários Federais - contesta o relatório final da CPI dos Correios, que indicia o diretor financeiro Demósthenes Marques por investimentos realizados no Banco Santos. O relatório contém erros técnicos graves e deixa claro que não há indícios de atuação administrativa que possam incriminá-lo. Sobre o assunto, ainda vale destacar:

a) A Funcef já prestou esclarecimentos sobre o caso, diversas vezes, em entrevistas e comunicados à imprensa, ofícios à CPMI, a órgãos reguladores etc.

b) É totalmente inaceitável afirmar que houve atuação deliberada de administradores e operadores no período de agosto de 2002 a agosto de 2005, uma vez que se trata de uma única operação aleatória de percentual muito pequeno, mostrando uma diversificação de risco conservadora.

c) O relatório insiste em dizer que o investimento foi realizado cinco dias antes da intervenção, mas não é verdade. A aplicação financeira se deu em 12 de agosto de 2004, três meses antes da intervenção.

d) O documento da CPI também distorce a verdade ao não mostrar o rating "grau médio de investimento" atribuído pela própria Moody's em sua avaliação datada de 01/08/2004.

e) Demósthenes Marques é um profissional sério e muito respeitado. Sua inclusão na lista de indiciados causa surpresa. O próprio ACM Neto afirmou durante audiência da CPI, realizada dia 21 de fevereiro (o mesmo trecho está registrado no relatório), que uma fundação do porte da Funcef "jamais estaria vulnerável a práticas rudimentares de desvio de recursos" e que "dificilmente seria alvo de irregularidades primárias".

f) A Funcef é vítima, assim como outros fundos de pensão citados no relatório final."