Brasília, 29/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - A deputada Ângela Guadagnin (PT-SP) foi notificada hoje (29) e terá prazo de cinco sessões da Câmara dos Deputados para se explicar por que dançou no plenário da Casa após a votação do processo que absolveu o deputado João Magno (PT-MG). O anúncio foi feito pelo corregedor da Câmara, deputado Ciro Nogueira (PP-PI).

Na última segunda-feira (27), o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), encaminhou expediente à Corregedoria pedindo a investigação do caso. Ciro Nogueira disse que o pedido de investigação se deu porque "foi uma repercussão muito grande na mídia na semana passada e afetou a imagem da Casa". Ele complementou: "O presidente Aldo tomou essa atitude e a Corregedoria vai fazer o seu papel".

Ontem (28), Ângela Guadagnin foi à tribuna da Câmara para pedir desculpas ao povo brasileiro por ter dançado no plenário. Segundo a deputada, a atitude é amparada pela Constituição, que assegura a todo cidadão o direito a livre expressão de opinião e pensamento. Ela reivindicou o seu direito de defesa e criticou a mídia. "Em nenhum momento tive a intenção de debochar ou agredir a sensibilidade de alguém", acrescentou, em nota.

João Magno, acusado de ter recebido R$ 426 mil das contas do empresário Marcos Valério de Souza, afirmou que o dinheiro foi utilizado para pagamento de dívidas de campanhas eleitorais em 2002 e 2004. Votaram contra sua cassação 207 deputados e a favor, 201. Houve dez abstenções, cinco votos em branco e três nulos.