CPI dos Correios apresenta resultado de nove meses de trabalho

29/03/2006 - 15h32

Marcela Rebelo e Luciana Vasconcelos
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Depois de 165 reuniões, 1.186 requerimentos e 233 sessões para ouvir testemunhos, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios apresenta hoje (28) o fruto de seus nove meses de trabalho. A análise de 68 mil contratos e 4,6 mil documentos, cerca de 3 mil deles sigilosos, está concentrada nas mil páginas do relatório final, redigido pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).

Foram afastados ou processados 30 funcionários públicos, dos Correios, Banco do Brasil, Ministério da Fazenda, Eletronorte, Casa da Moeda, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a estatal de informática Cobra, Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Secretaria de Comunicação (Secom), Furnas e Banco do Nordeste.

A CPMI analisou dados bancários, telefônicos e fiscais de 14 fundos de pensão, 31 corretoras e milhares de pessoas físicas e jurídicas. "A sub-relatoria de Fundos de Pensão teve à disposição informações sobre mais de 11,3 milhões de registros de operações financeiras fornecidos pela Bovespa, 70 mil operações de Swap na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BMF)", destaca o relatório.

Serraglio também ressalta, no documento, que as investigações da CPMI dos Correios resultaram na abertura de 24 processos de sindicância nos Correios e multas de cerca de R$ 31,5 mil entre maio de 2005 e janeiro de 2006 na estatal.

Dentro do Banco do Brasil, foram realizadas auditorias que, segundo o relatório, apontaram diversas regularidades. Além disso, houve a rescisão de contrato do banco com a empresa DNA e a extinção do Fundo Visanet, de acordo com o documento. Na Receita Federal, foram abertos 40 procedimentos fiscais relativos a pessoas e empresas investigadas pela comissão.

Os trabalhos contaram com a participação de servidores do Senado, da Câmara, do Tribunal de Contas da União e órgãos da Administração Pública Federal como o Banco Central e o Banco do Brasil. Os trabalhos foram reforçados também por empresas de auditorias privadas contratadas pela Presidência do Congresso Nacional. Contou ainda com a colaboração da Polícia Federal, da Receita Federal e do Ministério Público Federal.