Com 6% das reservas de urânio, Brasil precisa de política para o minério, diz Eletronuclear

29/03/2006 - 20h28

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - O assistente da presidência da Eletronuclear Leonam dos Santos Guimarães disse hoje que o Brasil precisa ter uma política para uso do urânio, porque dispõe de quase 6% das reservas mundiais desse minério. A liderança do ranking é exercida pela Austrália, com 24,6% do total, seguida pelo Cazaquistão, com 14,4%.

Somente com duas minas atualmente em operação - Itataia (CE), e Lagoa Real (BA) -, o Brasil produz 309,4 mil toneladas de urânio, em uma área prospectada de 30% do território nacional, até 100 metros de profundidade. A área geologicamente promissora remanescente equivale a 50% do país, estimando-se um potencial na região Norte brasileira de 500 mil toneladas de urânio.

Leonam Guimarães disse que as reservas "especulativas" (potenciais) nacionais alcançam 800 mil toneladas, o que pode levar o Brasil a ser a 2ª ou 3ª maior potência em reserva nuclear do mundo.

O assistente da presidência da Eletronuclear listou entre as vantagens que justificam a existência das usinas nucleares a proteção contra a volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis (em especial o petróleo), a contribuição para a redução de gases causadores do chamado efeito estufa na atmosfera, o aumento da autonomia pela produção local, e tarifa de geração compatível com as demais fontes de energia. Além disso, o fato de a geração ficar próxima dos centros consumidores elimina dificuldades de transporte do combustível e oferece baixo custo de transmissão, segundo Guimarães.