Relator da CPI diz que depoimentos de ex-diretores trazem pouco avanço às investigações

12/07/2005 - 20h35

Michèlle Canes
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias de corrupção nos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), disse hoje que os depoimentos desta terça-feira não contribuíram muito para os trabalhos. Segundo eles, depois de escutar o ex-diretor de Tecnologia dos Correios Eduardo Medeiros de Morais, é importante ouvir a Diretoria Comercial, já que Morais apontou em vários momentos para essa área.

Com relação ao depoimento de Antônio Osório, ex-diretor de Administração dos Correios, o relator disse que ficou evidente a "invenção" da história de que ele só soube tardiamente da gravação de fitas em que o funcionário Mauricio Marinho falava de um suposto esquema de corrupção na estatal. "Por que é importante a data do conhecimento da gravação? Porque muitas atitudes foram tomadas na administração dos Correios que podem ser conseqüência do conhecimento da fita. As agendas desapareceram, um dos assessores foi lá no sábado, e esses fatos teriam acontecido antes de eles saberem, e agora vimos que não, que eles já sabiam da gravação" afirma.

Quanto à atitude do Partido dos Trabalhadores de autorizar a quebra de sigilo de movimentação financeira, o deputado disse que fica evidente que o partido não está resistente às investigações. "Não creio que pensasse de forma diferente, mas aparentava um pouco de resistência em relação à forma de questionamento Agora, quando eles abrem, eles viram uma pagina importante e passam a readquirir a confiança e credibilidade de que gozavam"disse. O relator da CPMI ainda disse que "quando se franqueia, é porque se imagina que se saiba o que se tem e que se está colocando à disposição".