Deputados estaduais de Rondônia negam cobrança de ''mensalão''

23/06/2005 - 23h17

Brasília, 23/6/2005 (Agência Brasil - ABr) - A comissão especial externa do Senado Federal que investiga denúncias de corrupção em Rondônia ouviu nesta quinta-feira deputados federais acusados de cobrar "mensalão" em troca de apoio a projetos do Executivo. Beto Do Trento (PSDB), Everton Leoni (PSDB), Neodi de Oliveira (PL), Marcos Donadon (sem partido) e o ex-deputado Expedito Júnior negaram envolvimento no esquema denunciado pelo governador de
Rondônia, Ivo Cassol, que divulgou fitas de vídeo à imprensa com o registro das negociações.

"Os deputados negam, mas as fitas são contundentes", avalia o relator da comissão, senador Demóstenes Torres (PFL-GO). De acordo com ele, na próxima terça-feira (28), serão ouvidos os deputados estaduais Renato Veloso (PFL) e Haroldo Santos (PP), também acusados de receber
mensalão em Rondônia. Em seguida, os senadores pretendem promover uma acareação entre o deputado Ronildo Capixaba (PL), o ex-deputado Expedito Júnior e o empresário Áureo Amaral.

A acareação terá como objetivo esclarecer a propriedade da empresa de segurança suspeita de ajudar o governo a pagar a propina. Outra frente de investigação será a folha de pagamentos do governo estadual. A comissão do Senado suspeita da existência de funcionários fantasmas e
aprovou requerimento para pedir o envio da folha.

O senador informou que o governador será ouvido e também será feita uma diligência em Rondônia. "Vamos aguardar a degravação das fitas pela Polícia Federal para esclarecer algumas dúvidas", acrescentou. Segundo Demóstenes Torres, no relatório a ser encaminhado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), poderá ser sugerida "a cassação de
deputados e até mesmo do governador, que aparentemente não atuou só de forma passiva no esquema de corrupção".