Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - "Os fatos e crimes devem ser apurados para que os responsáveis, que estão no governo e que corromperam gente da base aliada, sejam punidos", afirma o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), em resposta ao documento final da reunião do Diretório Nacional do PT, realizada ontem (18). O texto aponta "um evidente vínculo entre os agentes das falsas denúncias contra o PT com setores da oposição – especialmente do PSDB e do PFL". De acordo com Bornhausen, promover essa apuração "é o papel de uma oposição responsável e fiscalizadora".
O senador do PFL qualifica a reação do PT como uma "tática de desespero, de quem não tem argumento, de quem quer iludir todos aqueles que estão assistindo". "O PT quer impedir as investigações, não tem argumentos e então começa a ter esse tipo de reações desconcentradas e sem qualquer tipo de consistência", diz Bornhausen.
Ele ressalta que o PSDB e o PFL não fizeram as denúncias, "apenas acompanharam as que surgiram na imprensa e foram confirmadas por parlamentares, que não são da oposição". Segundo ele, o PT "demonstra temor, (seus integrantes) se amedrontam, primeiro tentando impedir assinaturas, depois tentando retirar assinaturas". Segundo ele, os petistas "fizeram com que fossem rompidos os critérios de escolha dos comandantes da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) e agora querem atribuir denúncias ao PFL e ao PSDB".
Em relação às comparações feitas pelo PT ao governo de Fernando Henrique Cardoso - o documento aprovado ressalta que FHC "abafou todas as investigações", como a da privatização das Telecomunicações -, Jorge Bonhausen comenta serem "um cinismo e uma hipocrisia": "Não há razão para comparação. A privatização foi examinada e deram o resultado da conclusão das fitas", destaca.
Sobre a acusação do diretório do PT de que o depoimento de Roberto Jefferson, "além de disseminar uma grande mentira para todo o Brasil, serviu para produzir uma peça de propaganda do PSDB", o senador afirma que as denúncias do deputado também podem fazer parte das propagandas do PFL. "O PFL pode usar normalmente aquilo que está nos jornais e na imprensa. Não há censura nesse país, quem quis fazer censura criando o Conselho Nacional de Jornalismo e a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual) foi o PT, um governo autoritário".