Brasília – A indústria brasileira de máquinas pesadas reclamou hoje ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, de "concorrência desleal de produtos chineses". O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Nilton de Mello, disse que contou com a compreensão do ministro, que prometeu levar algumas das queixas ao Ministério da Fazenda, no que se refere a tarifas.
A Abimaq reclama de produtos chineses acabados que chegam ao Brasil subfaturados, muitas vezes ao preço do aço bruto por quilo, "uma prova inequívoca de fraude e subfaturamento". Quanto à cobrança de tarifas, Nilton de Melo cita o caso bombas, reduções e válvulas, que segundo ele podem ser pequenos objetos ou instrumentos de grande porte, e são classificados de forma genérica pelo Ministério da Fazenda. A indústria de máquinas pesadas pediu também devolução dos créditos acumulados de ICMs e de exportação, reclamação que procede de muitos anos.
Outra reivindicação da Abimaq é a elevação do prazo de ressarcimento para os contratos de exportação de 180 dias para 360 dias ou mais (pagamento em moeda estrangeira).
A Abimaq manifestou ao ministro do Desenvolvimento os prejuizos que o setor está tendo com o câmbio sobrevalorizado e a taxa de juros anual no patamar em que está. "Estamos precisando de medidas emergenciais, porque os canais de exportação estão se fechando para nós e o mercado interno também", disse Nilton de Mello.
A medida tomada pelo governo isentando de impostos a importação de aço, segundo ele, só favoreceu a indústria automobilística. Nilton opinou que a Selic elevada atrai capital especulativo "que sai daqui com lucro e isenções fiscais e também contribui para derrubar a taxa do dólar".