Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse hoje que o combate ao desmatamento na Amazônia é prioridade absoluta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apesar das denúncias de envolvimento de funcionários do órgão em ações de corrupção na exploração madeireira.
Marina Silva participou das comemorações do Dia Mundial do Meio Ambiente, no Parque da Cidade. Ao abordar em seu discurso a corrupção no setor, constatada pela Operação Curupira, da Polícia Federal e do Ministério Público, ela afirmou que não dará trégua nessa luta e que cortará quantas cabeças forem necessárias.
Aplaudida pelos populares que foram ao parque para as comemorações, a ministra disse que a operação começou por decisão do próprio Ministério do Meio Ambiente ao desconfiar, em 2003, da existência de um esquema interno de corrupção, e que, segundo as investigações, funcionava há 14 anos.
O esquema teria sido, em grande parte, responsável pelo crescente desmatamento que deixou um "quadro lamentável" na Amazônia. De acordo com Marina Silva, a opção para o efetivo combate aos maus funcionários e seus corruptores foi pela investigação sigilosa, sem pirotecnia.
Para ela, a decisão acertada porque possibilitou desbaratar o esquema por inteiro, com o afastamento de 40 funcionários de carreira, alguns ocupando cargos de confiança em gestões anteriores. "Mas, não temos medo de cortar a própria carne", acrescentou.
Sobre a questão partidária dos envolvidos, a ministra afirmou que existem pessoas sérias em qualquer partido e citou especificamente PT, PSDB e PFL. "O que faz a pessoa corrupta não é o partido, mas o mau caráter", disse.