Debate aponta consumismo e abandono como agravantes na questão do menor infrator

30/03/2005 - 23h31

Brasília, 30/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - O consumismo sugerido pela propaganda faz parte do quadro que envolve o menor infrator, mas a solução não está em medidas isoladas. A opinião é do diretor do Departamento de Ações Sócio Educativas do governo do Rio de Janeiro, Sérgio Novo, que participou na noite desta quarta-feira do programa Diálogo Brasil, exibido em rede pública de televisão.

Novo acrescentou que no Rio de Janeiro é grande o percentual de adolescentes infratores que vêm do tráfico de drogas e que o problema deve ser tratado por pessoas qualificadas. "É preciso entrar na sociedade e ver o que está acontecendo, ou tudo vai ser paliativo. A nossa luta obtém ganhos, mas o assunto tem que ser trabalhado de maneira mais profunda", observou.

Participaram do debate sobre recuperação de jovens infratores, em São Paulo, o promotor César Morales, vice-presidente da Febem de São Paulo, e em Brasília, o padre salesiano Agnaldo Soares Lima, secretário Especial de Infância e Juventude da cidade de São Carlos (SP).

Para o promotor, o problema do menor infrator começa na família, na própria desorganização da sociedade, que deve procurar a prevenção. Os menores, segundo ele, estão em estado de abandono no sentido amplo, desde os primeiros anos de vida. A Febem, explicou, aplica medidas socioeducativas quando o menor já se tornou infrator.

O padre salesiano lembrou ainda, no debate, que se há um aumento no número de traficantes é porque existe a busca e o consumo. Ele defendeu que as famílias procurem educar o menor "para que ele entenda que tem limites, mas fazer isso com amor, pois isso vai fazer bem para ele". Na opinião de Agnaldo Soares Lima, "a presença dos pais e o diálogo é o que está faltando".