Orientação e qualificação podem ajudar a enfrentar burocracia, diz presidente do Sebrae

23/03/2005 - 23h07

Brasília, 23/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - Durante a solenidade de entrega de prêmios para micro e pequenos empresários, o presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa), Paulo Okamato, alertou para o ainda "perverso" ambiente legal. Mas, de acordo com ele, os empresários já estariam buscando alternativas para o excesso de burocracia. "Eles começam a entender que a falta de orientação e qualificação também são elementos importantes. Com isso, passam a fazer parte dessa mobilização pela qualidade", comemorou Okamato.

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, também disse acreditar que o esforço de capacitação levará o Brasil a ser protagonista da competitividade. Ainda assim, de acordo com ele, na próxima semana será finalizado um relatório com medidas para reduzir a burocracia no setor das micro e pequenas empresas.

"É um compromisso do governo simplificar procedimentos", ressaltou Furlan. Aos empresários, ele pediu a união do conhecimento à emoção. O ministro disse acreditar que a escolha de um produto, até mesmo no mercado internacional, tem a ver com a transmissão de certas qualidades não explícitas. "Commodities dão grande volume, com baixo custo. Mas não têm emoção", acrescentou.

Furlan lembrou a marca de R$ 100 bilhões em exportações atingida pela Brasil. De acordo com ele, alguns setores receberão apoio para acompanhar esse crescimento. Entre eles, a área de software, prioridade na Política Industrial.

Há oito anos no ramo, a cearense Josefina Picanço contou que o setor tem dificuldade para conseguir financiamentos, por não possuir fábricas ou outros bens capazes de garantir retorno ao financiador. "Também temos necessidades específicas de investimento para exportar. Desde a tradução do material até o contato com empresas parceiras no país importador", revelou a empresária, uma das premiadas deste ano pela Rede de Cooperação Brasil +.

"No momento em que você se capacita para exportar você tem uma visão globalizada. Começa a olhar os processo em outros países. Essa visão faz com que a gente identifique pontos para melhorar até mesmo no mercado interno", acrescentou Josefina Picanço.