Dirceu diz que aumento de gastos em 2004 foi necessário para país se modernizar

10/03/2005 - 16h22

Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O chefe da Casa Civil da Presidência da República, ministro José Dirceu, justificou hoje o aumento dos gastos do governo no último ano, afirmando que as despesas foram necessárias para que o país pudesse se modernizar. "Neste momento, se discute que o governo federal tem um comportamento de gastança e se dá a essa crítica um tom que, ademais de ser gastança, é ineficiente", disse o ministro, ao participar da 11ª reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Dirceu admitiu que os gastos públicos cresceram no último ano, mas ressaltou que eram necessários para que o país pudesse se modernizar. "O país precisa ter consciência de que o governo do presidente Lula e a própria sociedade brasileira sabem disso: não pode deixar de modernizar o estado brasileiro e não pode deixar de ampliar e consolidar seu programa social. Nós fomos eleitos para isso", afirmou o ministro, destacando que o governo pode prestar contas sobre as novas contratações.

O ministro citou, por exemplo, a queda da carga tributária em relação ao ano de 2002. No início do governo Lula, a carga estava em 35,53% do Produto Interno Bruto (PIB) e, segundo ele, caiu para 35,45% em 2004. No final do ano passado, a Receita Federal divulgou oficialmente que a carga tributária de 2003 foi de 34,88% do PIB.

Segundo Dirceu, os gastos não crescem apenas por causa da União: os custos do estados também pressionam a inflação do país. Ele exemplificou com os gastos de São Paulo, que aumentaram 19,6% no período 2003-2004. "Não é um problema só do governo federal, da União. Quando se critica a União e o governo federal pelos aumentos dos gastos, nós temos que levar em consideração que este país é uma das maiores democracias do mundo e está entre as dez maiores economias do mundo", ressaltou.

No discurso aos conselheiros, Dirceu apresentou os investimentos do governo em diversas áreas, como saúde, previdência, agricultura familiar, inclusão digital e programas sociais, como o Fome Zero e a educação, onde foram investidos R$ 1,7 bilhão. "É isso que pressiona os gastos. Mas é possível o governo não atender essa demanda de 5 a 6 milhões de jovens que estão fora do ensino médio, muitas vezes atingidos pela criminalidade e pelo avanço das drogas?", questionou.