Governo destaca que novo avião presidencial voa mais e é mais econômico

15/01/2005 - 14h54

Cecília Jorge
repórter da Agência Brasil

Brasília - Após voar por 12 horas ininterruptas, o novo avião presidencial chegou a Brasília por volta das 10h40. Percorreu o trajeto que liga Toulouse (França) à capital federal sem escalas. Essa autonomia de vôo, de 8,4 mil quilômetros, é considerada pelo governo brasileiro uma das principais vantagens do ACJ-319, fabricado pela empresa francesa Airbus. O novo avião vai substituir a partir de hoje (15) o boeing 707 - também conhecido como Sucatão - que desde 1986 foi utilizado pela presidência da República.

Batizado de "Santos-Dumont" em homenagem ao pai da aviação brasileira, o avião também é muito mais econômico que seu antecessor. De acordo com o Tenente Brigadeiro Luiz Carlos Bueno, que na manhã deste sábado concedeu entrevista coletiva à imprensa, na base aérea de Brasília, o gasto com uma viagem no AirBus chega a ser 71% menor. "Isso significa uma economia de mais de US$ 5 mil por hora de vôo", explicou. Por isso, o comandante Bueno estima que em 11 anos o governo terá o retorno do valor gasto com a compra da aeronave.

Com capacidade para até 55 pessoas, incluindo a tripulação, o avião é equipado com sistema de vídeo e áudio, banheiro com chuveiro, quarto com cama de casal e sala de reunião com oito poltronas. Durante o processo de compra, o governo foi acusado de estar fazendo uma decoração de luxo no avião. O comandante Bueno defendeu que a decoração do "Santos-Dumont" é sóbria. "O interior é uma configuração adequada sem nenhuma ostentação", disse.

A escolha do modelo ACJ-319 levou em consideração a necessidade de que o avião seja capaz de operar tanto em viagens longas quanto nos aeroportos de pequeno porte, com 1,5 mil quilômetros de pista de pouso. Outro problema que precisava ser superado era quanto à estrutura para atender todas as necessidades do transporte do presidente da República, como sistema de comunicação segura, capaz de transmistir dados criptografados.

A estimativa do governo brasileiro é de que o "Santos-Dumont" seja utilizado por pelo menos 30 anos, com uma média de mil horas de vôo anuais. "Foi um ótimo negócio. Demonstra que vai haver uma economia muito grande", avaliou o comandante.

Em relação à pilotagem, o futuro comandante do Grupo de Transporte Especial e piloto do "Santos-Dumont", Tenente Coronel Aviador Univaldo Batista de Sousa, disse que o avião possui todas as tecnologias mais avançadas da aviação. "Essa tecnologia que foi investida nesse avião é justamente para diminuir a carga de trabalho dos pilotos com isso aumentando a segurança de vôo", afirmou.