Cecília Jorge
repórter da Agência Brasil
Brasília - Esta é a sétima vez que o Brasil compra um avião para transporte do Presidente da República. A mais recente aquisição, o "Santos-Dumont", que desembarcou neste sábado em Brasília, deve ficar em operação por pelo menos 30 anos. Mas o histórico de compras revela que alguns investimentos tiveram pouco retorno, com aeronaves que foram usadas por apenas dois anos.
A primeira compra foi realizada no governo do presidente Getúlio Vargas, em 1941. Os quatro aviões bimotores que foram adquiridos na época ficaram em atividade por 17 anos. Outras quatro aeronaves foram compradas pelo governo JK e ficaram apenas dois anos em uso. No mesmo governo, o país comprou dois aviões que foram utilizados por dez anos.
No período de 1968 a 1976, dois aviões eram responsáveis pelo transporte presidencial. Adquiridos pelo presidente Costa e Silva, as aeronaves tiveram que ser substituídas porque tinham baixa aceitação mundial e conseqüentemente dificuldade de manutenção e reposição de peças. Dois Boeings comprados pelo então presidente Ernesto Geisel, em 1976, foram os que tiveram maior vida útil, 29 anos, estando em operação até hoje para outras funções.
O "Sucatão" (Boeing 707) que está sendo aposentado agora foi comprado em 1986 durante o governo de José Sarney. Junto com outros três boeings, o "Sucatão" foi comprado já usado de uma empresa aérea brasileira. Entre os principais problemas, o avião possui alto custo de manutenção, elevado consumo e dificuldade para operar em pistas curtas e em fazer vôos longos sem escala. Além disso, o ruído produzido pelas turbinas está acima do padrão internacional adotado pela maioria dos aeroportos.
O Boeing 707 será aposentado do transporte presidencial, mas continuará em atividade. Ele será usado para missões específicas da Força Aérea Brasileira (FAB), como reabastecimento de aviões durante o vôo e transporte de carga e tropa.