Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Nem mesmo o acordo para a liberação, a partir da próxima semana, de R$ 628 milhões relativos a emendas parlamentares ao orçamento deste ano, possibilitou a retomada das votações na Câmara dos Deputados. O acordo foi firmado hoje, em reunião do líder do governo, Professor Luizinho (PT-SP), com os ministros da área econômica e o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo.
O vice-líder do governo, Beto Albuquerque(PSB-RS), que também participou da reunião no Palácio do Planalto, informou que no acordo ficou estabelecido que, além da liberação dos R$ 428 milhões, serão empenhados mais R$ 200 milhões de emendas parlamentares. Segundo ele, até o momento só foram pagos de emendas parlamentares R$ 46 milhões.
Por quase três horas, na noite de hoje, os líderes da base aliada se reuniram com o líder do governo para discutir a retomada das votações na Câmara. Depois do encontro, Luizinho disse que os líderes ficaram de reunir suas bancadas amanhã para analisar o acordo e decidir se retomam as votações.
"O governo fezvários encaminhamentos no dia de hoje. Temos ainda alguns ajustes técnicos que vamos conversar amanhã e, completada essa fase, tenho convicção de que o curso normal da casa será retomado", disse do governo. O deputado governista está otimista quanto à retomada das votações e afirmou que a base aliada nunca faltou ao governo e votou as matérias necessárias para o país, e "vai fazê-lo novamente neste momento".
Segundo o líder, a reivindicação dos deputados para a liberação das emendas é legitima e isso nunca foi questionado. "Temos convicção que até o final deste período legislativo teremos votado todas as matérias que estão trancando a pauta, como também teremos votado as medidas fundamentais para dar continuidade ao crescimento que o país vem vivendo".
As negociações para a retomada das votações, segundo o líder governista, prosseguem amanhã "para ter a concretização de todo o procedimento discutido no dia de hoje" . O líder não quis garantir que as votações serão retomadas amanhã, mas prometeu que seu empenho será nesse sentido.
O presidente da Câmara, deputado João Paulo Cunha, admitiu que a liberação das emendas parlamentares deverá ajudar a retomada das votações. Segundo ele, essa liberação é o cumprimento de um compromisso já assumido com os parlamentares. João Paulo disse que é preciso disciplinar a liberação dessas emendas, "o que falta ao governo é fazer um planejamento de pagamento que seja mais constante e que não fique parecendo que pagar emenda parlamentar é uma coisa escandalosa", disse.