Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasilia - Ainda não foram fechados os protocolos e certificados que vão definir num documento geral os negócios entre o Brasil e a China, e que será assinado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hu Jintao, na quinta feira, em Brasília. Na reunião realizada hoje, no Ministério da Agricultura, com a missão chinesa, ficou acertada a discussão de pontos controversos não fechados hoje em encontro marcado para amanhã cedo entre os grupos técnicos brasileiro e chinês.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, informou em entrevista coletiva que, na hipótese de algum item não ficar resolvido nos entendimentos de amanhã cedo, ele tentará no final do dia uma solução, em reunião com o ministro da Administração Geral da Supervisão da Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, Li Chiangjiang. Quatro protocolos e quatro certificados serão assinados, prevendo o comercio bilateral com o país asiático.
As vendas de carne bovina e frangos para a China, segundo estimativas preliminares, poderá render até US$ 600 milhões. Trata-se de um "mercado gigantesco", lembra o ministro Roberto Rodrigues, pois o país asiático tem uma população de 1 bilhão e 300 milhões de pessoas, da qual grande parcela entra no mercado todos os anos com a evolução da economia chinesa.
O Brasil espera vender outros produtos, como açúcar e sucos, além de incrementar as vendas de soja e óleo de soja, que já estão sendo feitas. A negociação sobre soja com a China envolvem a aprovação de uma regra internacional que defina o conteúdo do produto. Os últimos entendimentos sobre a soja definiram a tolerância de até 1% de mistura de sementes com a soja para consumo. Segundo o ministro, o Brasil terá também que certificar os compradores se um carregamento é de soja transgênica ou não.
O estabelecimento dos protocolos, segundo o ministro da Agriculutra, é que vai permitir regras claras, para que haja um comércio sem embaraços. Rodrigues acredita que todos os itens possam ser acordados e afirma que ambos os países estão firmes na tese de que uma relação bilateral será proveitosa mutuamente.
Em relação à aquisição de carne suína da China, o Brasil aceita comprá-la somente se ela já estiver processada, havendo muitos outros itens da pauta de exportações daquele país que também interessam ao Brasil.