Prefeito preso em Macapá terá defesa de advogados do PT em Brasília

09/11/2004 - 19h49

Sândala Barros
Repórter da Agência Brasil

Macapá – O PT vai colocar dois advogados para acompanhar em Brasília o processo contra o prefeito petista reeleito de Macapá, João Henrique Pimentel, preso na noite de ontem por determinação do ministro Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal (TRF), por irregularidades em licitações de obras com recursos federais no valor de R$ 9 milhões, descobertas durante a Operação Proroca, que resultou na prisão de trinta pessoas.

A informação foi dada pelo advogado do prefeito nesta capital, Wagner Gomes. Os prefeitos dos dois maiores municípios do Estado ainda não foram ouvidos pela Polícia Federal, o que só deve ocorrer amanhã de manhã, e precisaram de atendimento médico na carceragem, pois são diabéticos. Além de João Henrique Pimentel, o prefeito de Santana, a 17 km da capital, Rosemiro Rocha Freire (PL), teve a prisão temporária por cinco dias determinada pelo ministro Tourinho Neto e também foi detido ontem.

Das 17 obras consideradas irregulares nas investigações, três são de responsabilidade da Prefeitura de Macapá. Pesa ainda sobre o João Henrique Pimentel a acusação de recebimento de propina para direcionamento das obras para a empresa Método Engenharia, do empresário amapaense Luís Eduardo Pinheiro Correia, considerado pela Polícia Federal mentor das fraudes. Pimentel foi reeleito em outubro, no primeiro turno das eleições municipais.

O prefeito de Santana, Rosemiro Rocha Freire, foi preso sob a acusação de fraude no Sistema de Administração Financeira – a prefeitura estava inadimplente com a União, mas conseguia recursos federais fraudando o sistema - e também irregularidades no processo licitatório do Porto de Santana. Rosemiro já precisou de atendimento médico quatro vezes hoje na cadeia e João Henrique foi atendido uma vez, por serem diabéticos.

A Polícia Federal já quebrou o sigilo bancário e fiscal e já seqüestrou os bens de todos os 30 acusados, que foram presos durante a operação Pororoca, para recuperar R$ 103 milhões desciados dos cofres públicos.O delegado Tardelli Boaventura avaliou a Operação Pororoca como um sucesso e informou que parte das informações do processo já foram encaminhadas para o Serviço de Inteligência da Polícia Federal em Brasília, com o objetivo de facilitar investigações em outras prefeituras.

Hoje à tarde, foi decretada pela justiça federal a prisão preventiva de quatro envolvidos que continuavam presos. São eles: Luís Eduardo Pinheiro Correia, empresário; Francisco Gilberto Furtado Leite, sócio de Luís Eduardo na Método Engenharia; Rodolfo dos Santos Juarez, presidente da Companhia das Docas de Santana e Geovani Coleman, secretário de obras do município de Macapá.