Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao tomar conhecimento das queixas do relator da CPMI do Banestado, deputado José Mentor (PT-SP), de como vem conduzindo os trabalhos de investigação, o presidente da Comissão, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), disse que o deputado é "mitomaníaco" (pessoa que tem tendência mórbida para a mentira).
Em entrevista coletiva, Mentor disse que Antero Paes de Barros substituiu assessores a sua revelia e determinou que os documentos enviados à CPMI fossem protocolados em seu gabinete e não na secretaria da comissão.
"Não sou médico, não sou especialista, mas deve ter um gem que explique a mitomania", afirmou o parlamentar tucano aos jornalistas.
O presidente da CPMI insinuou, ainda, que o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência,
José Dirceu, orienta os passos do relator. "O José Dirceu pôs na cabeça dele que é ele quem manda na CPMI, mas isso é uma inverdade".
O senador foi irônico à denúncia de que há uma "investigação paralela" conduzida por ele. "São 34 CPIs paralelas, porque cada membro da comissão tem o direito de investigar", disse.
Ele também comentou o requerimento em que pediu a quebra de 200 sigilos bancários utilizando apenas o número de CPFs das pessoas, sem a identificação do nome. Segundo Paes de Barros, havia a suspeita de que os números dos CPFs não procediam ou que se tratavam de laranjas. E que os CPFs remetiam para o exterior, via contas CC-5, pequenas quantias com frequência.
De acordo com o presidente da CPMI, a Receita Federal confirmou que cerca de 400 mil operações realizadas movimentaram R$ 123 milhões com CPF inexistente ou contas de laranjas.