Secretária diz que paraísos fiscais ajudam a combater lavagem de dinheiro

28/07/2004 - 23h14

Brasília, 28/7/2004 (Agência Brasil - ABr) - Durante sua participação no programa "Diálogo Brasil", agora à noite, a secretária Nacional de Justiça, Cláudia Chagas, ressaltou que a ajuda de outros países, considerados paraísos fiscais, como a Suíça, têm influenciado muito no combate e repatriamento do dinheiro que é depositado de forma ilegal fora do país, como forma de lavagem de dinheiro. O programa é transmitido em rede liderada pela TV Nacional e o canal a cabo NBR, da Radiobras

Ela destacou também que faz parte da estratégia nacional que as informações possam ser compartilhadas de forma mais eficiente. "O compartilhamento das informações precisa ser aprimorado", argumentou. Segundo Cláudia Chagas, será lançado, ainda este ano, o Plano Nacional de Capacitação para preparar policiais, técnicos da Receita Federal e de bancos para combater esse tipo de crime.

A secretária revela que existem muitos especialistas em outras áreas, mas eles não têm o costume de trabalhar com o combate a lavagem de dinheiro. "A idéia do governo federal é incentivar que os Ministérios Públicos de cada estado e as forças policiais nos estados assumam também o combate da lavagem de dinheiro", explica ela.

Na opinião do promotor de justiça Marcelo Medroni, para facilitar as investigações seria necessário que a justiça permitisse mais rapidamente ao Ministério Púbvlico a quebra de sigilo de contas bancárias e telefônicas. "Somente o juiz é que pode fornecer a permissão, o que dificulta as investigações", disse ele.

O promotor ressalta também que a força tarefa de vários órgãos públicos é a melhor opção para as investigações, mas isso exige muito dinheiro. Ele citou o exemplo de um programa de investigação nos Estados Unidos que gastava U$ 2 milhões para combater casos de narcotráfico e lavagem de dinheiro com eficiência. "Se não houver verbas para computadores e pagamento de salários, qualquer articulação para combate do dinheiro fica inviabilizada", afirmou o promotor.