Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Cuiabá – "Biocombustíveis: uma grande alternativa para o Brasil". Este foi o tema da conferência do engenheiro Expedito Parente Júnior, da empresa Tecnologias Bioenergéticas (Tecbio), durante a 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, que acontece na Universidade Federal do Mato Grosso, em Cuiabá.
O maior fabricante de biodiesel hoje é a Alemanha mas, segundo o engenheiro, estudos mostram que o Brasil tem condições de suprir em 60% a demanda de biodiesel no mundo. Segundo Expedito, o maior empecilho para que o biodiesel seja uma realidade é a falta de matéria-prima. Ele alertou sobre a necessidade de diversificar matrizes, respeitando questões agronômicas, técnicas, ecológicas e sociais de cada região. "Uma produção exagerada de um mesmo produto causaria uma queda nos preços e o prejuízo cairia sobre o agricultor, que é o mais vulnerável da cadeia produtiva", disse.
Em virtude do projeto de lei que regulamenta a produção de biocombustíveis no Brasil, o engenheiro vê boas perspectivas para o país. De acordo com ele, metade da produção deverá estar garantida para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, na tentativa de conter o monopólio de outras regiões. Com a lei, dos 40 bilhões de litros de diesel produzidos por ano, entre 2% a 5% virão de matriz biológica. Além disso, o projeto prevê a isenção de impostos e programas de créditos a baixo custo, como forma de tornar o produto competitivo no mercado.