Caio d'Arcanchy
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A unificação dos programas sociais no programa Bolsa Família deveria se transformar em políticas de Estado, e não apenas de governos. É o que pensa a secretária executiva do Ministério do Desenvolvimento Social, Ana Fonseca. Segundo ele, o Bolsa Família veio para dividir com os estados e municípios a responsabilidade de gerar inclusão social. A secretária citou como exemplo um município que pagava R$ 150,00 em benefício para uma família pobre. "Onde o governo federal puser R$ 50,00, ele só põe R$ 70,00. Com esses R$ 50 que sobraram, estado ou município podem ampliar a cobertura", explicou.
Ela citou propostas que têm sido tratadas com estados e municípios de programas complementares que possam constituir rotas de saída para os beneficiários. Segundo ela, o acesso a micro-crédito, o cooperativismo e outras políticas desenvolvidas no âmbito do município ou Estado "podem gerar perspectivas de saída autônoma dos programas".
Fome Zero
Fonseca disse que o Fome Zero deve ser entendido como uma política de governo, e não como um programa de distribuição de alimentos. Segundo ela, a confusão em torno do assunto se deve a um entendimento equivocado de que Fome Zero é sinônimo de Cartão Alimentação. "Não é isso", disse. "O Fome Zero consiste na realização da reforma agrária, no incentivo da agricultura familiar, em cooperativismos, na economia solidária e em programas de transferência de renda".
A secretária participou de uma oficina para o desenvolvimento inclusivo, realizada em Brasília. Nesta terça-feira, participam do evento o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, o vice-presidente sênior do Banco Mundial para Educação, Saúde e Proteção Social, Jean Louis Sarbib, e do asessor especial da Presidência, Frei Betto.