Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O governo federal pretende pagar o reajuste dos aposentados e pensionistas com o aumento da contribuição previdenciária do empregador. O valor subiria de 20% para 20,6%. O Ministério da Previdência Social informou que o pagamento da atualização dos benefícios concedidos entre 1994 e 1997 custaria cerca de R$ 2,3 bilhões por ano.
Para cobrir o total de correspondente aos 1,8 milhões de benefícios que precisariam ser reajustados, o governo deve manter o aumento do valor por 10 anos. As medidas dependem, no entanto, de publicação de medida provisória pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro da Previdência Social, Amir Lando, informou que o texto da MP já está na mesa do presidente, que ele deve assiná-la na próxima quarta-feira.
Nesta sexta-feira, Lula também recebeu o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, para discutir o reajuste. Monteiro argumentou que esse aumento na contribuição refletiria nos preços e, possivelmente, causaria demissões. "O presidente Lula compartilha dessa preocupação e quer ainda fazer uma reavaliação desse assunto na próxima semana. Ele disse que vai inclusive conversar com o ministro Palloci e poderá inclusive, voltar a conversar com o setor empresarial na próxima semana", afirmou o presidente da CNI.
O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, afirmou o resultado do acordo entre governo e aposentados foi positivo. "O principal da vitória é a implementação do fluxo. Você faz o escalonamento de pagamento e, na média, em quatro anos você recebe tudo. Se fosse na justiça a média seria a mesma. Por isso, é um bom acordo, uma boa possibilidade", concluiu.