FMI aprova revisão de acordo, mas governo não vai sacar US$ 1,3 bilhão

18/06/2004 - 22h46

Brasília, 18/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou hoje a sétima revisão do acordo com o governo brasileiro, que vale até dezembro deste ano. Embora a aprovação permita ao Brasil sacar a parcela de US$ 1,3 bilhão, o governo não vai lançar mão do dinheiro.

Segundo nota do FMI, a vice-diretora-gerente do Fundo, Anne Krueger, ao comunicar a aprovação da revisão elogiou a performance macroeconômica do Brasil e disse que o governo está conseguindo dar início à recuperação da economia. Krueger também citou a cautela do Banco Central ao manter a taxa básica de juros. O Fundo recomendou a continuação das reformas estruturais e a realização de programas de combate à pobreza.

Na carta de intenções encaminhada à diretora do Fundo, assinada em 3 de junho e divulgada hoje, o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, confirma que a intenção do governo é tratar o acordo como preventivo e, por isso, o governo não sacará o recurso liberado. "Enfatizamos que continuaremos a tratar o programa como precaucionário. Como sempre, continuaremos a manter estreito diálogo com o Fundo e estamos dispostos a adotar medidas adicionais, conforme necessário, para atingir os objetivos do programa", diz Palocci na carta de intenções.

O ministro afirma acreditar no crescimento de 3,5% este ano, graças à política que vem sendo adotada pelo governo no plano econômico. "Dada à bem sucedida condução da política monetária, a inflação está em um dígito, compatível com a meta (de inflação) de 5,5% para este ano. As vendas no varejo estão crescendo e os indicadores de confiança dos consumidores e dos empresários refletem otimismo. Puxada pelo forte desempenho das exportações, a conta corrente do balanço de pagamentos deverá fechar o ano em superávit", diz Palocci na carta.

O texto também confirma a meta de superávit primário proposta pela Lei de Diretrizes Orçamentárias, de 4,5% para o período de 2005 a 2007, e reforça o compromisso do governo de reduzir a dívida pública.

" Nossa agenda de reformas deste ano é mais ampla do que a de 2003 e está avançando em várias áreas, fortalecendo as perspectivas de crescimento a médio prazo", argumenta o ministro da Fazenda na carta de intenções.