Agentes penitenciários de São Paulo mantêm greve em 73 presídios

18/06/2004 - 20h17

São Paulo, 18/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - A greve dos funcionários do sistema prisional do estado de São Paulo, iniciada na terça-feira, 15, continua hoje. A Secretaria da Administração Penitenciária de São Paulo - SAP divulgou nota informando que das 86 unidades prisionais "parcialmente paralisadas", 13 retornaram ao trabalho. A SAP reiterou que a reunião agendada para a próxima terça-feira, dia 22, só vai ocorrer se a paralisação terminar.

Existem no estado 119 unidades prisionais com 102 mil presos. Segundo a diretora do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional de São Paulo, Iara Aparecida Paula dos Santos, a paralisação está ocorrendo em 96 unidades e não em 86, como informa a SAP. Ela informa que os agentes penitenciários, oficiais administrativos, assistentes sociais e psicólogos parados reivindicam reajuste salarial de 40,8 %, aposentadoria especial, incorporação das gratificações aos salários e plano de carreira.

Segundo Iara Aparecida, apenas os serviços considerados essenciais estão sendo garantidos, como alimentação e atendimento médico. O banho de sol dos presos, sistema de liberação de presos para trabalho, dentro ou fora da unidade prisional, e visita dos advogados não estão sendo realizados.

Apesar da paralisação, haverá visitas neste final de semana, "com restrições", disse a sindicalista. Ela explica que em algumas unidades será permitido entregar o chamado "jumbo", a alimentação levada pelos familiares ou visitantes. Mas apenas uma pessoa poderá entrar. Em outras unidades, só o alimento será entregue."Nossa greve é contra o Estado, não contra o preso", declarou.