Sem intervenção internacional no Haiti, haveria "banho de sangue", diz Amorim

12/05/2004 - 21h42

Milena Galdino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, defendeu o envio de tropas de paz ao Haiti nesta quarta-feira em audiência pública no Congresso. "Não estamos falando que será um passeio, até porque a paz não é um bem livre, ela tem um preço. Há riscos imprevisíveis, mas na avaliação das Nações Unidas, se não houvesse intervenção internacional, aconteceria um banho de sangue", salientou.

Amorim ressaltou que a presença internacional dá esperança à população local. E que "se nós não exercermos essa responsabilidade em nosso continente, outros exercerão". O ministro da Defesa garantiu que a decisão não é precipitada. "Levamos em conta os riscos, mas a avaliação do governo é de vale a pena o esforço", sustentou José Viegas, lembrando que não há sentimentos contrários ao Brasil em nenhuma parte do mundo.

O senador Marcelo Crivella (PL/RJ) também apóia o envio das tropas. "O Brasil precisa assumir a sua grandeza", sustentou o bispo evangélico. Na mesma direção, o deputado Ricardo Zarattini (PT/SP) lembrou ser constitucional a busca pela integração da América Latina. "A decisão das Nações Unidas em escolherem o Brasil para liderar o grupo é conseqüência por o País defender a paz. Vamos cumprir nossa missão", convocou o parlamentar.