Rodrigues diz que recuperação de estradas atenderá somente a safra do próximo ano

04/05/2004 - 21h29

Brasília, 4/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - A recuperação das rodovias federais irá beneficiar o transporte de produtos agrícolas somente na safra 2004/2005. A afirmação é do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, adiantando que para esta safra que já está sendo transportada a recuperação das estradas não será mais possível. Roberto Rodrigues falou a empresários durante encerramento do Fórum Nacional para a Expansão do Porto de Santos.

O ministro lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na semana passada, em Ribeirão Preto, durante a exposição de tecnologia em máquinas agrícolas Agrishow, a liberação de recursos para reforma de 7,5 mil quilômetros de rodovias federais. "A prioridade será para as estradas mais importantes para o escoamento da safra", disse o ministro. Justificou afirmando que os gargalos na infra-estrutura de transportes provocam prejuízos difíceis de serem calculados.

"É difícil dimensionar isso, temos prejuízos devido ao atraso na entrega da produção, porque devido à má conservação das estradas a carga vai caindo pelo caminho, com problemas de filas de caminhões que se formam nas estradas, provocando um grande desperdício da safra brasileira".

Roberto Rodrigues anunciou que o governo brasileiro está mantendo entendimentos com a China na área de investimentos em logística e agricultura. Nos próximos 20 anos, 350 milhões de chineses migrarão do campo para as cidades e a demanda por alimentos será crescente. Hoje 70% da agricultura chinesa é irrigada e o país não tem disponibilidade de água para aumentar a produção. "É aí que o Brasil tem uma grande oportunidade de conquistar mercados com a produção de uma variedade de produtos a oferecer, como soja, etanol, café, cacau e carne para dar alguns exemplos".

Sobre as negociações do Mercosul com a União Européia, Rodrigues acredita que o acordo não sairá este ano, já que a entrada para a U.E de mais 10 países do leste europeu, a maioria agrícola, vai atrasar as conversações.