Brasília, 03/05/2004 (Agência Brasil - ABr) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu hoje por quase horas com os presidentes do PCdoB, Renato Rabelo, do PSB, Miguel Arraes, do PT, José Genoíno, e o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, no Palácio do Planalto, no esforço de aproximar o governo federal dos partidos da base aliada do governo no Congresso Nacional. Nas últimas semanas, o presidente esteve reunido com o PMDB, PTB e PP e, na próxima quinta-feira, vai colocar em prática um de seus desejos desde a campanha eleitoral, reunir o Conselho Político, formado por todos os presidentes dos partidos da base aliada.
"Estamos fazendo contatos entre os presidentes de partidos. Até quinta (quinta-feira) vamos conversar com todos eles. A idéia é discutir questões gerais, as questões macro da política e economia para consolidar a nossa base parlamentar e política, sem substituir as bancadas e discutir apenas o dia a dia", ressaltou o presidente nacional do PT, José Genoíno.
Ele garantiu que o objetivo do presidente Lula ao convocar o Conselho Político não é "aparar arestas" dentro dos partidos aliados. "Não há colisão, há coalisão. Problemas, dificuldades, estamos superando. Temos nova agenda que assume prioridade na base aliada", disse. Genoíno garantiu que o órgão não vai concentrar as discussões em questões pontuais que tramitam no Congresso Nacional, mas promover debates sobre temas amplos do governo - como a macroeconomia brasileira, crescimento, geração de empregos e programas sociais. "Serão discussões gerais, e não pontuais da bancada", enfatizou o presidente do PT.
José Genoíno descartou a possibilidade de o Conselho discutir temas como o reajuste do salário mínimo. Ele deixou claro que um dos principais objetivos do órgão é manter a união com os partidos aliados para associações previstas nas eleições municipais deste ano. Segundo ele, será necessário manter os partidos da base "informados e com bom entrosamento" com o governo federal.
O presidente do PT evitou comentar as declarações da senadora Heloísa Helena (sem partido-AL), que hoje admitiu a possibilidade de se candidatar à Presidência da República em 2006. "Eu tenho muito respeito pela senadora. Não vou opinar sobre seus objetivos ou pretensões", afirmou.
Genoíno também não comentou declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Maurício Corrêa, que criticou duramente no final de semana as ações do governo federal. "Eu continuo mantendo a mesma posição desde a época da reforma da Previdência. O Supremo Tribunal Federal não é partido político. Não posso polemizar".