Brasil terá participação na empresa de satélites da Embratel

03/05/2004 - 20h14

Brasília, 3/5/2004 (Agência Brasil - ABr) - O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, confirmou o interesse do governo em adquirir golden share (ações com poder de veto) na empresa de satélite da Embratel, a Star One. O ministro se reuniu com o diretor-geral da empresa Telmex, Jaime Pardo, que comprou a Embratel.

Na semana passada, a justiça norte-americana aprovou a compra da Embratel pelo grupo mexicano, Telmex. Durante o processo de venda da operadora brasileira, o governo, por várias vezes, demonstrou interesse em ter ações da empresa de satélite, onde trafegam informações sobre as Forças Armadas do país. A idéia do governo é ampliar a segurança nacional.

E o pedido governamental foi atendido. Durante encontro com o ministro das comunicações, o diretor Jaime Pardo entregou carta em que oficializa o compromisso de conceder uma golden share ao governo brasileiro na Star One.

"A golden share está garantida. Agora não é mais um compromisso, é uma afirmativa através de um documento dirigido a este ministério", informou Eunício Oliveira.
Amanhã, o ministro vai debater o assunto com o presidente Lula.

Os detalhes da operação vão ser discutidos, nas próximas duas semanas, com a chegada do presidente da Telmex, Carlos Slim, ao Brasil.

O ministro disse ainda que a área jurídica do ministério vai realizar estudo técnico sobre os termos de como será a golden share. Eunício Oliveira informou que o governo chegou a cogitar em comprar as ações da Star One por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), caso os mexicanos decidissem vender a Star One.

"Ficou confirmado que eles não querem vender a participação na Star One. E se eles forem vender, eu disse que o governo gostaria de ter a preferência na compra das ações", disse o ministro.

Após reunião com o ministro Eunício Oliveira, Jaime Pardo confirmou o interesse da Telmex em investir no mercado brasileiro, por meio da Embratel.

"O que nós queremos é, através de nossa participação acionária, ter a possibilidade de crescer no mercado brasileiro e fazer da Embratel uma empresa mais forte, mais competitiva e mais comprometida a longo prazo".